domingo, 14 de novembro de 2010

Infertilidade Humana e Reprodução Assistida

A infertilidade é a incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho e em levar uma gravidez até ao seu termo natural.
Considera-se que existe um problema de infertilidade quando um casal tem relações sexuais regularmente (sem utilizar contracepção) durante um largo período de uma ano, sem que ocorra uma gravidez.
A fertilidade total ou esterilidade é uma situação rara nos dias de hoje, pois podemos recorrer a técnicas especificas (reprodução assistida).

Problemas que geram a infertilidade no Homem:
  • Produção insuficiente ou nula de espermatozóides;
  • Gametogénese anormal;
  • Produção de espermatozóides de fraca qualidade (com formas anormais ou com baixa ou nula mobilidade);
  • Apesar da aparência normal dos espermatozóides podem não conseguir fecundar o óvulo, devido a anomalias bioquímicas impossíveis de detectar ao microscópio;
  •  Problemas anatómicos ou fisiológicos ao nível do aparelho reprodutor como obstrução dos canais por onde circula o esperma, etc.
Alguns factores que podem levar à infertilidade na mulher:
  • Inibição da nidação ou rejeição do embrião (aborto espontâneo);
  • Problemas anatómicos ou fisiológicos ao nível do aparelho reprodutor como as trompas de falópio bloqueadas, danificadas ou ausentes , a obstrução do colo do útero, etc;
  •  Ovulação pouco frequente;
  •  Anovulação, quer porque os ovários não desenvolvem oócitos maduros, quer porque não os libertam.

Métodos Contraceptivos

A prevenção da gestação não planeada é fundamental, principalmente para adolescentes e adultos jovens sexualmente activos, que devem ser orientados precocemente, uma vez que a idade para início das relações sexuais está diminuindo cada vez mais, enquanto estão aumentando o número de adolescentes grávidas. Os métodos contraceptivos podem ser divididos em:
  • naturais
  • barreira
  • hormonais
  • cirúrgicos
Métodos Naturais:
  • Calendário
Procura calcular o início e o fim do período fértil e somente é adequado para mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a marcar no calendário os últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração, calculando então o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contacto genital neste período. É pouco eficaz se não for combinado com outros métodos, como preservativos ou espermicidas, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher, onde a libido (desejo sexual) se encontra em alta.

  • Temperatura basal
Método oriundo na observação das alterações fisiológicas da temperatura corporal ao longo do ciclo menstrual. Após a ovulação, a temperatura basal aumenta (acção da progesterona). A paciente deve medir a temperatura oral, durante 5 minutos, pela manhã (após repouso de no mínimo 5 horas) antes de comer ou fazer qualquer esforço, e anotar os resultados durante dois ou mais ciclos menstruais. Esse procedimento deve ser realizado desde o primeiro dia da menstruação até o dia em que a temperatura se elevar por 3 dias consecutivos. Depois de estabelecer qual é a sua variação normal, e o padrão de aumento, poderá usar a informação, evitando relações sexuais no período fértil. Uma grande desvantagem do método da temperatura é que se a mulher tiver alguma doença, como um simples resfriado ou virose, todo o esquema se altera, tornando impossível retomar a linha basal, ou saber se o aumento de temperatura é devido à ovulação ou a febre.

  • Método do Muco Cervical
Baseia-se na identificação do período fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela sensação por ele provocada na vagina e vulva. A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é pouco consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele atinge o chamado "ápice", em que fica bem grudento.

  • Coito interrompido
Baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa efetividade, levando à disfunção sexual do casal, e deve ser desencorajado.


Métodos de Barreira
  • Preservativos
Este método impede a ascensão dos espermatozóides ao útero, sendo fundamentais na prevenção das DST e AIDS. Junto com a pílula anticoncepcional e o coito interrompido, são os métodos não definitivos mais utilizados. Quase todas as pessoas podem usar; protege contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS; previne doenças do colo uterino; não faz mal a saúde; é de fácil acesso.

  • Diafragma
É um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina, que a mulher deve colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Como uma barreira, ele impede a entrada dos espermatozóides, devendo ser utilizado junto com um espermicida, no máximo 6 horas antes da relação sexual.

  • Esponjas e Espermicidas
As esponjas são feitas de poliuretano, são adaptadas ao colo uterino com alça para sua remoção e são descartáveis (ao contrário do diafragma), estão associadas a espermicidas que são substâncias químicas que imobilizam e destroem os espermatozóides, podendo ser utilizados combinadamente também com o diafragma ou preservativos. Existem em várias apresentações de espermicidas: cremes, geleias, supositórios, tabletes e espumas.

  • Dispositivo Intra-Uterino (DIU)
Os DIUs são artefactos de polietileno, aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função contraceptiva. Actuam impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino.Os problemas mais freqüentes durante o uso do DIU são a expulsão do dispositivo, dor pélvica, dismenorréia e aumento do risco de infecção. Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre que aparecerem leucorréias.


Métodos hormonais
  • Pílula oral
Consiste na utilização de estrogênio associado ao progesterona, impedindo a concepção por inibir a ovulação pelo bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela hipófise. Também modifica o muco cervical tornando-o hostil ao espermatozóide, altera as condições endometriais, modifica a contratilidade das tubas, interferindo no transporte ovular.
  • Pílula pós-coito ou pílula do dia seguinte
A anticoncepção de emergência é um uso alternativo de contracepção hormonal oral (tomado antes de 72 horas após o coito) evitando-se a gestação após uma relação sexual desprotegida. Este método só deve ser usado nos casos de emergência, ou seja, nos casos em que os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou tenham falhado de alguma forma, como esquecimento, ruptura da caminsinha, desalojamento do diafragma, falha na tabelinha ou no coito interrompido, esquecimento da tomada da pílula por dois ou mais dias em um ciclo ou em caso de estupro. Este contraceptivo contém o levonorgestrel, que é um tipo de progesterona. O levonorgestrel previne a gravidez inibindo a ovulação, fertilização e implantação do blastocisto.

  • Injetáveis
Os anticoncepcionais hormonais injetáveis são anticoncepcionais hormonais que contém progesterona ou associação de estrogênios, para administração parenteral (intra-muscular ou IM), com doses hormonais de longa duração. Consiste na administração de progesterona isolada, via parenteral (IM), com obtenção de efeito contraceptivo por períodos de 1 ou 3 meses, ou de uma associação de estrogênio e progesterona para uso parenteral (IM), mensal.
  • Implante hormonal
Microbastão de hormônio sintético similar à progesterona, que é implantado no antebraço (com anestesia local) e inibe a ovulação. Dura três anos.
  • Anel vaginal
É um anel vaginal contendo Etonogestrel e Etinilestradiol que é colocado na vagina no 5º dia da menstruação, permanecendo nesta posição durante três semanas.A maior vantagem é que a mulher não precisará tomar a pílula todo dia e nem esquecerá. Outra vantagem é que os hormônios serão absorvidos diretamente pela circulação evitando alguns efeitos colaterais desagradáveis da pílula oral.
  • Adesivo anticoncepcional:
O adesivo anticoncepcional deve ser colado na pele, em diversos locais do corpo, permanecendo na posição durante uma semana. A maior vantagem é que a mulher não precisará tomar a pílula todo dia e nem esquecerá. Outra vantagem é que os hormônios serão absorvidos directamente pela circulação evitando alguns efeitos colaterais desagradáveis da pílula oral.



Método Cirúrgico
  • Laqueadura tubária e Vasectomia
A esterilização (laqueadura tubária e vasectomia) um método contraceptivo cirúrgico e definitivo, realizado na mulher através da ligadura ou corte das trompas impedindo, o encontro dos gametas masculino e feminino e no homem, pela ligadura ou corte dos canais deferentes (vasectomia), o que impede a presença dos espermatozóides no líquido ejaculado. Quando houver indicação de contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a feminina deve ser baseada em critérios rígidos, observando-se a legislação vigente.

sábado, 6 de novembro de 2010

Desenvolvimento Embrionário e Gestação


Período embrionário - dura cerca de 8 semanas, os órgãos já estão totalmente esboçados.
Período fetal - dura as restantes semanas, os órgãos desenvolvem-se, maturam e crescem.


Durante todo o desenvolvimento ocorrem 3 fases:

  • Crescimento
  • Morfogénese
  • Diferenciação Celular





Líquido amniótico - faz amortizar os choques, evita a dessecação e permite manter uma temperatura constante.

Anexos embrionários - permitem a ligação do embrião à mãe, permite a troca de substâncias, etc.

Placenta - produz substâncias fundamentais para o embrião e permite a passagem de anticorpos. É formada por endométrio e por vilosidades coriónicas.


O embrião sintetiza a hormona hCG que tem uma actuação semelhante à LH.



Actuação da hormona hCG:
  • impede a degeneração do corpo amarelo;
  • provoca um aumento acentuado da produção de estrogénios e progesterona;
  • actua ao nível do endométrio, garantindo as condições necessárias para a implantação do embrião;
  • é responsável por cessar os ciclos sexuais.


Entre o 1º e o 2º mês o embrião deixa de produzir a hormona hCG, o corpo amarelo regride, as hormonas ováricas passam a ser produzidas pela placenta.




Progesterona e estrogénios - contribuem para o desenvolvimento dos seios e das glândulas mamárias.



Testes de gravidez:

 


A hCG sendo uma hormona, é eliminada através da urina, o que permite que os primeiros testes de gravidez sejam baseados na detecção, na urina da mãe, da hormona hCG, que é produzida pelas células do trofoblasto. desde o início da nidação do embrião.


Produção e saída de leite:


A sucção efectuada pelo bebé estimula a condução de mensagens nervosas para o hipotálamo, estimulando a hipófise posterior a produzir oxitocina. A oxitocina estimula as células-alvo das glândulas mamárias, estas contraem-se, ocorrendo o fluxo do leite.